22 de dezembro de 2011

Ela é forte


Cinge os lombos de força e fortalece os braços. (Provérbios 31:17)

Os exercícios com os quais eu mais luto quando vou à academia são os que exigem força dos meus braços. Quando chega a hora deles, costumo escolher os pesos mais leves - que,  ainda assim, sempre deixam meus braços tremendo. Essa Mulher V certamente era mais forte do que eu. Ela carregava todas as suas compras de mercado, percorrendo longas distâncias; dá para imaginar o quanto ela estava em boa forma. Mas essa não é a força a que a Bíblia se refere aqui; caso contrário, algumas de nós teriam de passar o resto de suas vidas na academia!

A força física tem as suas vantagens, mas não chega a ser uma necessidade para muitas de nós (especialmente para aquelas que têm homens fortes em casa, como o marido ou um filho - obrigada, rapazes, por sempre me ajudarem!). Porém, a força espiritual é uma necessidade que todas nós temos, tanto as fortes como as fracas fisicamente. Quando a vida nós dá um golpe, a nossa força física é inútil se não estivermos em boa forma espiritualmente.

Uma mulher forte vai seguir em frente mesmo que todos à sua volta tenham pressionado o botão de "pausa". Uma mulher forte não desiste. A Mulher v acima sabia disso e, por isso, ela cingiu-se da força de que iria precisar - a sua fé.

Segundo o Dicionário Longman de Inglês Contemporâneo, a expressão "cingir-se de" significa preparar-se para algo, especialmente algo difícil. Isso é uma coisa que pouca gente faz. Todo mundo sempre se preocupa em manter a aparência, a carreira, as finanças, o seu estilo de vida, o círculo de amizades, os relacionamentos... Mas, e quanto ao espírito? Quem está fortalecendo o espírito? Quem está se preparando espiritualmente?

Aos 3 anos de idade, meu filho amava quando o pai o colocava em cima de um armário bem alto só para, com toda a segurança, se atirar em seus braços. E após cada salto, ele sempre dizia a mesma coisa: "De novo, papai!" Essa é uma das características mais surpreendentes das crianças: elas acreditam. Elas não pensam na possibilidade de poderem facilmente cair dos braços do papai... Isso nem passa pela cabeças delas. O meu filho acreditava tanto no pai que colocava o medo de lado e simplesmente pulava. Ele acreditava, e isso o fazia corajoso o bastante para saltar.

Uma das coisas mais fáceis que você pode fazer é acreditar; e você ficaria surpresa em saber o quanto a crença está ligada à força. Quando você não acredita em si mesma, é certo que vai falhar em tudo o que fizer. Todo mundo sabe disso. É um dos dizeres mais conhecidos, mas raramente é praticado. E a razão pela qual uma pessoa não acredita em si mesma é simples: ela tem uma mente fraca.

A mulher que tem a mente fraca absorve qualquer pensamento mau que lhe é soprado. Ela não é a única a ter maus pensamentos, mas é do tipo que os aceita . Todas nós temos maus pensamentos de vez em quando, pelo menos uma vez por dia (isto é, num dia bom), mas isso não significa que tenhamos de abrir as portas da nossa mente para eles. Você não tem de levá-los em consideração; você não precisa sequer notar a presença deles. Sinta-se à vontade para fechar a porta na cara deles. Na verdade, se você quer proteger a si mesma e a sua família, é exatamente isso o que deve fazer todas as vezes em que eles baterem à sua porta. Quanto mais você fizer isso, mais irá se acostumar, e mais respeito terá por si mesma por causa da atitude positiva que demonstra em relação a si e à sua própria vida. É exatamente aí que começa a sua força.

Mas isso é apenas 50% da força que você precisa - e é uma pena saber que muitas pessoas se apoiam apenas nesses 50%. Elas creem em si mesmas, conquistando o mundo, mas não possuem os outros 50% da força para repentinos - como doenças, separações, infidelidade, decepção, falência, desastres, e muitas outras situações que fogem ao nosso controle. Os outros 50%, obviamente, referem-se à crença em Deus. É saber que os Seus braços estarão sempre prontos para lhe segurar - caso você pule, seja empurrada ou caia.

A Mulher V tinha o pacote completo. Ela tinha a sua própria força e a de Deus também. Ter fé em Deus é a maneira mais eficiente de se viver uma vida plena e feliz. Você pode encontrar pessoas ricas e famosas semn essa força em particular, e por isso sempre lhes faltará algo para que se sintam completas. É triste saber que o sorriso delas é apenas uma fachada, pois fingem uma satisfação que na verdade gostariam de ter.

Essa atitude de fingir ser mais forte do que realmente somos geralmente começa na adolescência. É interessante como muitos pais negligenciam essa fase na vida de seus filhos porque eles mesmos também se sentiram negligenciados. Mas se você analisar bem, vai ver que tudo não passa de uma fachada. Como adolescentes, começamos a entender como a vida funciona. É nessa idade que começamos a compreender os nossos sentimentos e o que está acontecendo à nossa volta. Como a descoberta do mundo adulto é uma coisa tão nova e estranha, muitas vezes não sabemos como agir.

Ficamos com muito medo de mostrar às pessoas o que está acontecendo, e então decidimos colocar uma máscara. Em casa, não nos comunicamos, pois se falarmos muito e passarmos mais tempo com os nossos pais, eles vão descobrir o que se passa na nossa cabeça - e então será muito chato ouvi-los falar de algo que eles mesmos mal compreendem.

Na escola, porém, procuramos nos encaixar e, como as pessoas não nos conhecem tão bem quanto a nossa família, mentimos a nosso respeito. Fingimos não nos importar com coisas com as quais nos importamos, fingimos que gostamos de coisas de que não gostamos, fazemos coisas que não queremos, e falamos de coisas que mal conhecemos. Agora, imagine todo mundo fazendo isso ao mesmo tempo. Não é de espantar que as adolescentes sejam tão desvalorizadas. Os adultos fazem um julgamento equivocado a respeito delas. Os adolescentes, de um modo geral e na maioria das vezes, estão a um passo de fazerem exatamente po oposto daquilo que os adultos lhes aconselham. Querem conhecer o mundo, cometer os próprios erros e aprender a viver a vida à maneira deles. E aquela bolinha de neve logo se torna uma avalanche.

Essas jovens mulheres acreditam em si mesmas o bastante para deicarem suas famílias, viverem uma vida independente e se lançarem rumo a um futuro incerto. Mas a força delas está apoiada em seu pequeno ser, que é sujeito a muitos erros e decisões erradas. Nem sempre a vida vai ser como elas gostariam que fosse, e muitas delas vão acabar vivendo a mesma velha vida de seus pais. E, assim, o ciclo continua. Elas crescem e tentam dar a seus filhos os mesmos conselhos que seus pais tentaram lhes dar quando elas eram adolescentes, mas seus filhos se comportam exatamente da mesma maneira... E a vida continua a ser aquela triste história sem fim.

Se uma fé ativa tivesse sido incluída ao longo do caminho, as coisas teriam sido diferentes. A força delas teria sido suficiente e elas teriam evitado o ciclo de desastres. A fé ativa não é o tipo de fé que comumente vemos à nossa volta; não se trata de ser religiosa ou ir à igreja todas as semanas. Ter uma fé ativa é ter um relacionamento verdadeiro com Deus. Você O conhece, você fala com Ele, você O ouve, você faz a vontade dEle, você vive de acordo com o desejo dEle, você O serve. Você não pode ter um relacionamento verdadeiro com Deus sem abrir mão de boa parte daquilo que você é e quer. Vou lhe contar como foi que isso aconteceu comigo em particular.

A FÉ É PESSOAL

Ninguém tinha grandes expectativas a meu respeito à medida que eu crescia; e, olhando para trás, posso entender o porquê. Eu costumava me esconder na sombra da minha irmã mais nova. Ela era a engraçada, a intrépida, a forte, a interessante e a mais popular. Eu não tinha problemas com isso. Na verdade, eu até gostava de toda a atenção que ela recebia, pois isso me fazia sentir menos culpada por não ter tido de passar por tudo o que ela passou por causa do seu defeito congênito. Ela nasceu com lábio leporino. No meu mundo pequeno e solitário, comecei a me apegar a Deus; e no início, foi mais por medo. Eu tinha medo de ir para o inferno (Isaías 66:24; Mateus 10:28; 24:46; Apocalipse 20:12,15). Eu ouvia falar sobre esse assunto na igreja e ficava muito assustada. Costumava orar "Deus, me perdoe" cerca de 1.000 vezes ao dia, só para me certificar de que ainda estava salva. Eu tinha pesadelos quase todas as noites, mas isso ainda não era o pior de tudo... Eu comecei a ter sonambulismo. Ia dormir na minha cama e acordava em outro quarto no dia seguinte. Uma vez, fiz isso enquanto tínhamos hóspedes em casa, e quando acordei estava no quarto deles. Foi um dos momentos mais constrangedores da minha vida! Eu havia me batizado nas águas, mas as coisas ainda não haviam mudado... Não importava o quanto eu lesse a Bíblia, o quanto eu pedisse a Deus que me perdoasse, eu ainda não tinha a fé que meus pais tinham. Lembro-me de que ouvia mensagem após mensagem e não entendia coisa alguma. Era como se nada na igreja falasse comigo. Comecei a imitar a minha mãe orando. Levantava aos mãos e até falava em línguas, exatamente como ela fazia. Mas, ainda assim... nada. Enquanto isso as coisas começaram a piorar. Comecei a ter todos os tipos de maus pensamentos  -, os quais tenho até vergonha de escrever. Contudo, eu não entendia o que estava acontecendo. Como poderia eu- alguém que nunca havia praticado o mal (pelo menos era o que eu pensava), que viveu uma vida resguardada, que praticamente cresceu dentro de casa, brincando no tapete  durante toda a minha infância - esconder tantos conflitos malignos? Ninguém sabia o que estava acontecendo. Às vezes, eu sentia um vazio enorme no peito, e doía muito. Era uma dor que eu não sabia explicar. "Por que estou aqui?", "Por que eu existo?", e "Será que Deus existe mesmo?" eram apenas algumas perguntas que me atormentavam. E para completar, eu tinha asma. Quando tinha uma crise, que era praticamente dia sim dia não, precisava ficar sentada, bem quietinha, o dia todo. Eu não podia falar com ninguém, não podia fazer coisa alguma. A pior parte era à noite, quando eu tinha de dormir sentada, fazendo um chiado e respirando com dificuldade; parecia que havia um monte de gatos ronronando dentro de mim. Perdi as contas de quantas vezes fui levada às pressas ao hospital. Mesmo assim, continuei lendo a minha Bíblia, indo à igreja e fazendo aquelas orações movida pelo medo. Eu tinha uma família perfeita, mas não tinha uma vida perfeita. Meus pais possuíam a força de que eu precisava. Às vezes, eles me ajudavam, mas, no final das contas, você sabe como é. A vida é algo pessoal, e assim também é a fé. Todos à sua volta podem ter uma fé ativa e até lhe ajudar a assumir uma atitude positiva, mas eles não podem lhe dar aquilo que você precisa para manter essa atitude. Você precisa tê-la para si.

Eu tinha 16 anos quando a ficha espiritual finalmente caiu. Lembro-me de ter ido à igreja naquele dia, exatamente como havia feito durante toda a minha vida. Não havia nada de especial naquele domingo, mas, por algum motivo, a mensagem pregada no altar me atingiu em cheio. Eu me senti culpada, perdida, a pecadora que eu não sabia que era. Quando veio o convite para me aproximar do altar e reconhecer o quão perdida eu estava diante de Deus, não me importei com os pensamentos que gritavam, dizendo: "O que as pessoas na igreja vão pensar se a virem caminhando até a frente do altar?", "Ore aqui mesmo; ninguém precisa saber da sua condição espiritual!" e "Mas você fala em línguas! você é batizada; é claro que você é convertida, não é?". Eu me levantei e fui em frente. Não olhei para os lados, nem me importei com o que as pessoas estavam pensando de mim naquele momento. Tudo o que me importava era o fato de que precisava de um salvador urgentemente. Eu me derramei diante de Deus naquele dia. Eu nunca havia falado com Ele com tanta sinceridade, com o coração tão aberto, com tanta intensidade... Houve um momento em que parei de falar e só chorava; não conseguia falar direito, pois chorava intensamente. Deu tudo de mim para Deus: todos os meus medos, minhas dúvidas, meus planos, minhas preocupações, meus pensamentos e meu futuro. E, em troca, Ele me deu o novo nascimento (João 3:2,3; 2 Coríntios 5:17; 1 Pedro 3,4). Aquele foi o dia em que eu conheci a Deus pessoalmente. Acabaram-se as dúvidas, os maus pensamentos, o sonambulismo, o vazio em meu coração e os ataques de pânico. Eu estava feliz como nunca... Minha vida mudou literalmente naquele dia. Tudo à minha volta ainda estava igual. A minha família ainda estava feliz como sempre. Meus amigos e minha igreja ainda eram uma alegria em minha vida. Mas, agora, eu era diferente, gostava  de ser eu mesma. Pela primeira vez na vida, estava feliz por ser quem eu era.

A força que recebi naquele dia é a força de que você precisa para se tornar uma Mulher V. Todo mundo passa por momentos difíceis na vida; todo mundo se decepciona de vez em quando, mas nem todo mundo tem a força necessária para ir em frente quando essas coisas acontecem. Muitas pessoas ficam presas a uma depressão interminável que é aliviada com medicamentos e psicoterapia. Elas se satisfazem com o fato de que alguém no mundo se importa com as suas tristezas, mesmo que seja durante apenas uma hora por semana e a um custo extravagante.

DESCONHECIDA E RIDICULARIZADA

A esposa de Noé passou cerca de cem anos de sua vida ouvindo o seu marido dizer que o mundo ia se acabar. Ela viu a luta dele para convencer as pessoas ao seu redor de que elas precisavam se voltar para Deus, mas ninguém lhe dava ouvidos. Ela ajudou o marido a construir uma arca que, aos olhos de todos, mais parecia uma mobília de circo. Ela teve muitas oportunidades de duvidar de Noé, de perder a fé no que Deus havia dito a ele, e deixar de apoiá-lo. Mas ela era forte. Tão forte que criou os seus filhos naquele ambiente perverso e, ainda assim, conseguiu mantê-los na mesma fé. Ela estava sozinha. Nenhum de seus vizinhos ou parentes acreditavam. Ela teria de ver todos eles perecerem no dilúvio. A esposa de Noé foi praticamente uma figurante na história do marido. Não há muito para se ler sobre ela na Bíblia, mas podemos concluir que Deus precisava de uma mulher forte ao lado de Noé para que este pudesse suportar todas as perseguições e dificuldades que tinha de enfrentar enquanto executava  o plano de Deus.

Exatamente como acontece nos dias de hoje, sempre que você tenta mostrar a verdade para as pessoas, elas a ignoram, a odeiam e inventam histórias a seu respeito. É mais fácil não dizer nada e evitar problemas desnecessários, mas não foi para isso que Deus nos chamou. Todas nós devemos ser testemunhas dEle neste mundo corrompido; e se assim não fizermos, não seremos merecedoras de entrar na arca.

A Mulher V é forte e, por causa da sua força, ela toca a vida das pessoas. A força dela é muito maior do que aquilo que os nossos olhos podem ver. É uma força que está profundamente enraizada nela e ninguém pode derrubá-la.

Você tem cultivado essa força ultimamente?  O que você deve fazer para alcançá-la? Como?

Próximo Título: Ela aprecia... aguarde!

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